sexta-feira, 1 de junho de 2007

Portas

Sinto a necessidade de ser muito sincera. A mim mete-me confusão as portas da Engenhus Facultatis. Primeiro porque são de vidro e toda a gente sabe que as portas de vidro são pesadas e, como tal, difíceis de abrir. No início do estágio magoei-me e não podia fazer esforços. Agora digam-me como é que eu podia vir trabalhar se nem uma porta conseguia abrir. Claro que, aplicada como sou, não deixei de vir todos os dias, tive foi de passar pela vergonha de ficar plantada na porta do Departamento de Mecânica até que alguém entrasse ou saísse, para poder aproveitar a porta aberta.

Foi uma altura muito triste da minha vida de estagiária (falando assim até parece que foi há anos, mais ainda só passaram três meses). E tudo porque os senhores acham que as portas de vidro são giras, deixam entrar muita luz e dá para apreciar as vistas. É ver os alunos, todos os dias, de binóculos nas portas que estão viradas para deporto, a ver as meninas das outras casas passar.

Mas… Se portas de vidro já é mau, portas de vidro que abrem para fora ainda é pior. Será que as pessoas que desenharam estes edifícios não se lembraram que pode haver pessoas que não tenham forças para abrir estas portas? E acreditem, isto não é desculpa para me atirar a engenheiros… ‘Ah e tal… não consigo abrir a porta, podias ser cavalheiro e abri-la para mim’ porque não funciona (já tentei), até porque cavalheirismo e palavras derivadas não fazem parte do património cultural de um engenheiro.

‘As portas abrem assim, porque se houver algum incêndio ou isso é mais fácil sair’. Está bem. Mas se eu estiver a fugir de alguém que me quer bater e vier a correr para encontrar na faculdade um porto seguro é mais difícil entrar. Ou se estiver a fugir à chuva, ou se simplesmente estiver atrasada para o meu estágio. Não me venham com conversas (a não ser que não tenham namorada).

Uma última particularidade das portas (para não me alargar muito mais): abrem com cartões. ‘Palavra de honra. Assim eu gosto’. É que até me sinto num filme de ficção científica, só faltam aqueles aparelhometros que abrem as portas através de informação retirada a análises de retina (aquelas que se fazem com regularidade, sabem?). E como diria eu, num conjunto de palavras que um dia virá a ser o meu último livro, ‘o cartão da FEUP é como o American Express: abre muitas portas’.

1 comentário:

aldasilva disse...

A solução era pôr umas portas que abrissem para os dois lados. :|