sexta-feira, 29 de junho de 2007

E depois do adeus?

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim


Dei comigo na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a maior, a melhor,a única, a magnifica, a imponente... Quem sou? Não sei. Sei que era apenas uma estagiária quando aqui cheguei. De quem me esqueci? Não sei. Sei quem não vou esquecer...

Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.


Sorrir é inevitável, passado todo este tempo. Há muitas coisas que vivi sozinha, que os outros nunca vão perceber por mais palavras que use para as descrever.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim


Passaram quatro meses. Era suposto só terem passado três, mas depois de cá estarmos é impossível ir embora. Há que prelongar a distância que nos separa do adeus. Conheci uma FEUP ainda maior do que eu conhecia e sim, amo-A, como nunca amei a minha outra ‘casa’, como já não sei amar o meu curso.

Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder.


Na mala hoje levo para casa lembranças doces, lágrimas salgadas que correram pela minha face e que só foram divididas com estas paredes. Lembro os panikes, o primeiro copo que me deram no bar do meio, a caneta laranja que nunca escreveu, os post-it’s com as minhas extensões mais usadas, uma que nunca o foi...

Tu viste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei


A nível profissional, não estive a trabalhar, estive a passar férias no maior Óasis nacional. Aprendi a dar novos passos, num caminho cheio de espinhos, sem pensar em voltar para trás, mesmo nas alturas em que me falhou a luz de um farol. No corpo levo os arranhões desses espinhos, que mostro com orgulho.

Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci.


Cortei com um passado mais remoto, percebi onde queria colocar os meus pés daqui para a frente. Morri muitas vezes, se calhar é mais uma coisa que só eu consigo ver, mas de todas as vezes, algo aqui me deu os poderes das Fénix’s e renasci das cinzas, com asas belas para abraçar o mundo.

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós


Vai ter de ser. E mesmo que mais mil estágios me apareçam à frente, ficaremos sempre sós, porque nenhum outro local do mundo poderá ser algum dia a Faculdade de Engenharia…

Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor
Que aprendi.



(sem palavras... só sentimentos que guardarei para mim)

9 comentários:

aldasilva disse...

Olá, Filipa. Anda cá... *hug* :)
Hoje foi um dia estranho, é verdade. E este é o post mais difícil de comentar de todos os que já comentei. É estranho ter que deixar isto, pelo menos deixar no estado em que deixamos agora. Hoje.

Escolheste uma música bastante adequada para a altura. Apesar de estar muito feliz com o estágio que tive, de estar orgulhosa no meu desempenho, lembro-me de ter dado turras e de mandar bastantes palavras menos agradáveis para o ar de vez em quando. Mas não trocaria esta experiência por nenhuma outra.

Tal como tu, dei comigo na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a maior, a melhor,a única, a magnifica, a imponente. Mas já sabia para onde vinha e que me era um sítio chegado.
Quando penso nisso, reparo em tudo o que mudou na minha vida, pessoal e profissional, desde aquele 12 de Fevereiro. Ou até desde Janeiro mesmo.
Mudei. Tinha que mudar. Tive barreiras - as mais difíceis da minha vida. Nunca esquecerei o dia 1 de Março (não percebereis porquê, mas não vos inquieteis, porque assim é para ser). Nesse dia, cheguei à parte do Quem sou? Não sei. da letra que citas tão bem aqui.
Mas, ao contrário da letra da música, não me esqueci de ninguém; bem pelo contrário - levo mais experiências, momentos e gente comigo, em mim.

Há muitas coisas que vivi sozinha, que os outros nunca vão perceber por mais palavras que use para as descrever.
Palavras para quê? Se elas não o descrevem? E o silêncio? O silêncio também não descreve tudo. É um misto de crescimento, saudade, vontade, energia, doença, ausência, choro, riso, alegria, solidão, dor, falta, medo, coragem, palavras, silêncios, imagens, vazios, orgulho, vergonha.

Foi muito. E foi sentido. Mais uma vez, foi aqui. Muito em convergência num único espaço-sentimento.
...depois de cá estarmos é impossível ir embora. Há que prolongar a distância que nos separa do adeus. Conheci uma FEUP ainda maior do que eu conhecia...

Eu te lembro, assim / Partir é morrer / Como amar / É ganhar / E perder.


Levo tudo comigo.
Ao contrário de ti, Filipa, não gosto de Panikes. Mas os lanches já são outra história...

Zé Luis disse...

Depois de um tão inspirado e nostálgico discurso só tenho uma coisa a dizer: Como é que se pode não gostar de panikes!! :D :D

aldasilva disse...

LOL!
Oh Zé!!!!:')

Zé Luis disse...

Pronto, pronto... Os lanches às vezes também dão jeito...

















...quando já não há panikes!

:D

Filipa Moreira disse...

Eu gosto muito da weevil, mas nesta questão tenho de concordar com o 'Zé'... Os Panikes são o melhor. Já vos disse que nos agradecimentos do meu relatório de estágio eles estão lá? xD

aldasilva disse...

LOL xD
Filipa, Filipa... :)
E agora? Uma carta de recomendação na mão, o CV na outra, olhos nos Classificados... :x
Ou, então, simplesmente férias.

Zé Luis disse...

Agradeceste aos panikes?! :P

Filipa Moreira disse...

Sim... :) Porque os panikes foram um elemento decisivo para o exito do meu estágio...
Eu ainda não tenho a minha carta de recomendação... :( Ainda nem as cadeiras todas feitas tenho... Sou uma vergonha...

aldasilva disse...

Pah, Filipa. Se não consegues fazer as cadeiras, parte para as mesas! ;D
E sim, ela agradeceu mesmo aos panikes. :x
E eu agradeço a ela, mas pronto. É uma retribuição parecida, justa, no mínimo!